segunda-feira, maio 10, 2010

UMA COMUNIDADE CHAMADA DE PURAQUEQUARA

Local ímpar, por que não chamar também de Colônia de Pescadores, esta comunidade rural fica na zona Leste de Manaus, neste local ainda é possível desfrutar da natureza e saborear a beleza da cozinha amazônida, com os saborosos peixes: Tambaqui, Pacu, Aracú, Jaraqui, Piranha, dentre outros que são pescado no lago de mesmo nome.
Este Puraquequara também é um local propício para a prática desportiva em contato com a natureza, tais como: caminhada, canoagem, remo, pescaria esportiva, natação, rafiting, arvorismo e o famoso futebol no final da tarde nos campos comunitários.
Não podemos também esquecer as frutas saborosas da Amazônia e que também são comuns nesta comunidade, como o: Cajá, Biriba, Abil, Goiaba, manga, Ingá, Murici, Açai, Buriti, tucumã e por que não falar no Cupuaçu, são frutas com cheiros e aromas deste pedaço do Brasil inigualável.
A comunidade de Puraquequara surgiu na primeira década do século XX, formada inicialmente por 23 famílias ribeirinhas que se instalaram nas margens do rio Amazonas, vindas das calhas dos rios Madeira, Purus e Juruá. A principal atividade dos moradores na época era a pesca, o corte de madeira e agricultura de subsistência. A primeira vila veio se formar inicialmente na margem do rio Amazonas, com o aumento de moradores, na maioria em busca de atividades alternativas de sobrevivência após o declínio do comércio da borracha, por volta de 1918.
 Com o crescimento da comunidade, a atividade econômica principal passou a ser a produção de farinha de mandioca e carvão vegetal, além da pesca de subsistência. Os primeiros habitantes que chegaram ao local foram os das famílias Barroso e Matos. O nome Puraquequara vem de um peixe chamado poraquê, também chamado de enguia-de-água-doce. Para se alimentar, o peixe dá pequenos choques elétricos nas árvores, e come os frutos que caem delas. Literalmente, Puraquequara significa Morada do Poraquê.
O leito do rio Amazonas passou a ser morada dos habitantes de Puraquequara durante as quatro décadas seguintes. A ligação com a cidade de Manaus era feita somente através de barco, onde os moradores iam para vender sua produção de carvão e farinha. No entanto, o local não era uma região muito segura para se habitar, devido às enchentes regulares do rio e o consequente fenômeno da terra-caída, que destruía as margens onde a vila estava assentada. Crianças foram levadas pela correnteza, e a situação se tornou insustentável na enchente de 1953, quando a alta das águas do Amazonas destruiu casas e arruinou boa parte da vila. A partir daquele ano, as 50 famílias que habitavam a comunidade de Puraquequara foram obrigadas a se mudar da margem do rio Amazonas para uma terra segura, dentro do lago, distante cerca de um quilômetro da antiga vila. Lá, os moradores permanecem até hoje. As terras da várzea foram utilizadas somente para o plantio da mandioca, frutas e hortaliças.
 Em Puraquequara já havia uma escola desde 1935, localizada na antiga várzea e batizada de escola Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, e funcionava na residência da professora Maria Borges de Souza. Em 1940 a escola ficou sem funcionar por falta de professores, até o ano de 1957, quando foi reformada e passou a se chamar escola Sergio Pessoa Neto, em homenagem ao deputado que colaborou com a sua reabertura. Na escola se ensinava a alfabetização e o ensino fundamental (1ª a 4ª séries) aos filhos dos moradores. No início de 1968 a escola sofreu uma segunda reforma, sendo reinaugurada no dia 3 de agosto do mesmo ano, recebendo então o atual nome de Escola Municipal São Sebastião, em homenagem ao padroeiro de Puraquequara. Mas a gestão da escola passou para a Semed (Secretaria Municipal de Educação) somente a partir de 1972, durante a gestão do prefeito Frank Abrahim Lima.
O progresso de Puraquequara começa a se impulsionar a partir de 1968, com a chegada da irmã Gabriele Gurgel, nascida da Bélgica e personalidade histórica da comunidade. Graças à missionária foi erguida na vila atual, no início da década de 1970, em regime de mutirão, o Centro Social Comunitário. O centro já existia na região da várzea, mas sua localização mudou para a atual devido à enchente do ano de 1972.
 O ambulatório médico, que fez os primeiros atendimentos à saúde dos moradores também foi obra da irmã Gabriele Gurgel, contribuindo muito para a melhoria da qualidade de vida dos moradores. Assim como a primeira igreja, batizada de igreja Maria Mãe dos Pobres. Antes da construção da igreja, as missas eram realizadas na sede do centro social, que guarda ainda hoje documentos históricos, como certidões de batismo e casamentos dos moradores da comunidade.
 Nos festejos do padroeiro da comunidade, realizados todo dia 20 de janeiro, Puraquequara recebia diversos visitantes que vinham de barco para participar das comemorações em homenagem a São Sebastião. A irmã lutou por melhoria ao Puraquequara e foi a principal responsável pela abertura da estrada que liga ao restante da cidade. Na década 1990, a comunidade cresceu novamente, com a implantação pela prefeitura de um assentamento onde foram instaladas 300 novas famílias. As obras de pavimentação começaram em 28 de agosto de 1990 e foram concluídas no mesmo ano. A partir de então, a comunidade ganhou o reconhecimento de bairro e está registrada na Lei 671/02 do Plano Diretor do Município, em seu artigo 44.
Meio Ambiente Puraquequara também se elevou à categoria de Área de Preservação Ambiental, com lei específica contra a ação de desmatamento. Em reconhecimento ao esforço da religiosa e dos moradores, a prefeitura inicia no dia 16 de setembro de 1996 o asfaltamento da estrada, que facilitou o acesso ao local e aumentou consideravelmente a população do bairro. No ano seguinte, em 1997, o bairro entra no processo de urbanização, com asfaltamento de várias ruas, entre elas as ruas São Sebastião, Santa Maria e da Paz.
O peixe gera renda no Puraquequara, por ser uma Colônia de pescadores e hoje tem cerca de 20 mil habitantes, segundo estimativa do presidente do bairro, Antonio Leitão. Com relação à sua infra-estrutura, o bairro conta com cinco igrejas evangélicas, além de duas católicas, uma agência dos Correios e um campo de futebol, o Mario Paes.
O bairro também possui a escola municipal São Sebastião, com o ensino fundamental. Muitos alunos querem completar o estudos, mas não têm como que se deslocar para outros bairros e, desestimulados, param de estudar.  Somente em agora em 2010 que a Secretaria Estadual de Educação e Cultura – SEDUC, construiu a Escola para o Ensino Médio.
 As atividades geradoras de renda são basicamente a pesca, a agricultura, o comércio e o funcionalismo público estadual e municipal. Existem restaurantes, lanchonetes, bares, mercadinhos, além do comércio ambulante, que ocorre na feirinha próxima à escola São Sebastião, de produtos artesanais feitos pelos moradores. A pesca ocorre atualmente com a criação de peixes em cativeiros, que agride menos ao meio ambiente aquático.
Para incentivar o esporte, funciona no bairro o projeto Canoa Brasil, que conta com a participação de cem alunos moradores do local, apoiado pela Federação Amazonense de Canoagem e o Governo Federal. Este projeto foi idealizado pelo professor Marcelo da Luz, atual presidente da federação e supervisor do Canoa Brasil, que conta com cem alunos que recebem orientação de três professores estagiários. As aulas acontecem todas as manhãs, durante três dias na semana. Também ocorre na escola municipal o Programa Segundo Tempo do Governo Federal voltado para a prática de Esporte e lazer, além do Programa Escola Aberta e Programa Mais Educação, ambos mantidos pelo Ministério de Educação e Cultura – MEC.
Turismo em alta A grande atividade geradora de renda em Puraquequara é o turismo. Por sua localização dentro da floresta e seu afastamento do Centro da cidade, o bairro recebe vários turistas todo final de semana. Os principais pontos turísticos do local são o lago de Puraquequara, a ilha da Fantasia, o Remanso do Boto, a Cachoeira Grande, o parque zoobotânico, área de preservação ambiental privada, o hotel da selva, além de uma diversidade de árvores típicas, como sumaumeira, tucumãzeiros e castanheiras. Na época da cheia do rio Amazonas, que cobre o lago de Puraquequara e vai de janeiro a julho, a comunidade recebe cerca de cinco mil turistas semanalmente. O principal hotel de recepção de Puraquequara é o hotel do Porto da Ilha da Fantasia. Erguido numa estrutura de madeira de dez metros de altura sobre o leito do lago, o hotel tem pequenos chalés ao ar livre, batizados com nomes de intelectuais, jornalistas e arquitetos e é interligados por caminhos de madeira, que proporcionam uma vista panorâmica de toda a região. Os turistas podem trazer sua alimentação e armarem suas redes sob a cobertura dos chalés. O hotel fornece a infra- estrutura para porporcionar o melhor conforto ao turista. O hotel também organiza roteiros turísticos durante a cheia do rio. Existe hoje quatro rotas que os visitantes podem conhecer, todas dentro da floresta.

Um comentário:

Unknown disse...

Parabéns!
" Uma comunidade chamada de Puraquequara". E isso que somos vivemos da pesca, cultivamos alimentos e vivemos em harmonia com a natureza, e bom saber que há comentários tão bem feitos como este sobre nossa comunidade!

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